sábado, 16 de junho de 2012

Filme "Montanhas da Lua" mostra o adentrar de expedições européias no continente Africano: "conhecer para melhor dominar"


Direção: BOB RAFAELSON
País e data: EUA, 1990
Resumo:

Em 1850 dois oficiais britânicos Capitão Richard Burton e Tenente John Speke
começam uma aventura para descobrir a fonte do Nilo,. Conhecedores dos grandes
perigos que os aguardam mas decidem enfrentear tudo e se embrenham com sua
expedição cada vez mais na selva inexplorada da África onde nenhum homem
branco jamais havia estado. Mas essa jornada em busca da nascente do Rio Nilo,
em nome do Império Britânico da Rainha Victória tem seu preço com fugas de
 
carregadores, perda de mantimentos além de outros perigos e infortunios.
Baseado no livro de William Harrison que narra sobre essa expedição em busca
dessa nascente. Em homenagem à rainha, o grande lago na região da descoberta
recebe o nome de Lago Victória nas divisas hoje entre o Quênia, Uganda e Tanzânia.



Trailler youtube - http://www.youtube.com/watch?v=Vt7Bgp-ORds


quarta-feira, 13 de junho de 2012

Terra Sonâmbula - Mia Couto


Ensinar a Sonhar: O Insólito nas Páginas Fantásticas da Terra Sonâmbula, de Mia Couto Em Destaque
Texto editado para o blog
O escritor moçambicano Mia Couto, para representar em sua ficção, a dor, a miséria e as conseqüências traumáticas da guerra civil, que se seguiu à anticolonial e que atropelaram o povo de seu país, tece a narrativa de Terra sonâmbula (1992), utilizando elementos que se aproximam do realismo fantástico e do maravilhoso e fazendo uma literatura de cunho engajado histórica e socialmente. Numa entrevista a Nelson Saúte, Mia Couto fala a respeito do que pensa ser a missão de um escritor em seu país:
O escritor moçambicano tem uma terrível responsabilidade: perante todo o horror da violência, da desumanização, ele foi testemunha dos demônios que os preceitos morais contêm em circunstâncias normais. Ele foi sujeito de uma viagem irrepetível pelos obscuros e telúricos subsolos da humanidade. Onde outros perderam a humanidade, ele deve ser um construtor da esperança. Se não for capaz disso, de pouco valeu essa visão do caos, esse Apocalipse que Moçambique viveu. (apud SECCO: 1999, p. 114).
Na ficção de Mia Couto, como nos autores mencionados, predomina a valorização da cultura tradicional africana. A presença acentuada do imaginário ancestral direciona as narrativas para o insólito. Os elementos fantásticos presentes no texto e oriundos das cosmogonias africanas, são os traços essenciais no confronto entre a tradição e o mundo atual e atuam aqui como sustentáculo para que se dê a resistência da população assolada pela guerra.

 A narrativa de Terra sonâmbula inicia-se com o velho Tuahir e o menino Muidinga abrigando-se num ônibus incendiado. O garoto, que fora encontrado num campo de refugiados, quer achar seus pais e isso é apresentado como justificativa da viagem, entretanto, a verdade é que eles "fogem da guerra, dessa guerra que contaminara toda a terra. Vão na ilusão de, mais além, haver um refúgio tranqüilo." (COUTO: 2007, p. 09). Deparam-se com muitos corpos carbonizados. Quando vão enterrá-los, encontram um corpo estendido na estrada e junto desse, uma mala em que há uma série de cadernos que contam a história de Kindzu, o morto que ali estava. A partir desse ponto, duas histórias são narradas paralelamente: a viagem do velho Tuahir e do menino Muidinga, em onze capítulos e o percurso de Kindzu (história narrada em onze cadernos), que procura os naparamas (guerreiros abençoados pelos feiticeiros e que combatiam os "fazedores de guerra") e Gaspar, o filho de Farida, mulher por quem o jovem se apaixonou.

Nesse panorama desolador, sonhar é buscar refúgio para o sofrimento, é buscar esperança onde não há pistas que levem a ela, é ter a coragem de ousar buscar caminhos para suportar o tormento que parece não ter fim. A certa altura da narrativa, já no fim, no décimo caderno de Kindzu, o fantasma de seu pai, Taímo, lhe pergunta por que escreve:
- O que andas a fazer com um caderno, escreves o quê?
- Nem sei, pai. Escrevo conforme vou sonhando.
- E alguém vai ler isso?
- Talvez.
- É bom assim: ensina alguém a sonhar.
- Mas pai, o que passa com esta nossa terra?
- Você não sabe, filho. Mas enquanto os homens dormem, a terra anda a procurar.
- A procurar o quê, pai?
- É que a vida não gosta sofrer. A terra anda a procurar dentro de cada pessoa, anda juntar os sonhos. Sim, faz conta ela é uma costureira de sonhos. (p. 182) grifo nosso
Assim, o sonho é sinônimo de fé de que ainda há esperança, o que também é mostrado em uma das falas do velho Tuahir. "O que faz andar a estrada? É o sonho. Enquanto a gente sonha, a estrada permanecerá viva. É para isso que servem os caminhos, para nos fazerem parentes do futuro.
A narrativa de Mia Couto constrói-se com um desfile de personagens e de situações que representam o culturalismo plural de Moçambique: o preconceito moçambicano contra os árabes, que os portugueses reforçaram; os naparamas, que lutavam com os "fazedores de guerra"; o velho Siqueleto, que já assistiu a tantas desgraças e não se deixa mais abater, a presença ameaçadora do colonizador, representado pelo personagem Romão Pinto; Nhamataca, que acredita poder cavar até conseguir fazer um rio; entre outros.
Numa sociedade mergulhada em uma profunda crise econômica e cultural, a ficção de Couto mostra a resistência "heróica" daqueles que, por uma veia mítica e pelos caminhos da tradição oral, ainda "ousam" ter esperança, não obstante estarem imersos em situações de barbárie, arbitrariedades e abuso de poder. Escrita que potencializa o valor dos sonhos e o seu talento para converter e regenerar a vida, representa uma literatura engajada no âmbito histórico e também social, que cria e recria o real opressor e opressivo, traços gritantes no Moçambique colonial e pós-colonial. 

segunda-feira, 11 de junho de 2012


Filme REDENÇÃO mostra bandido que vira pastor e resgata crianças na África

GOSPEL Foto/Imagem Filme mostra bandido que vira pastor e resgata crianças na África Noticia Religião
A história de um homem que deixou de ser bandido e o mundo das drogas e que virou pastor para abraçar uma missão de resgatar crianças das mãos de guerrilheiros na África virou filme. 
O pastor Sam Childers, que ficou conhecido como “pastor metralhadora” vai ser interpretado pelo ator escocês Gerard Butler, que foi muito elogiado por sua atuação pela crítica especializada.
Segundo a divulgação da Folha On line, o filme irá mostrar as dificuldades e dilemas pelos quais Childers passou quando visitou a África, inicialmente apenas para fazer um trabalho voluntário. Desde então decidiu tomar aquela região como sua, mesmo sendo ‘tão distante’ da realidade de onde vivia.
O pastor, impactado com o sofrimento das pessoas do Sudão, decidiu construir um orfanato em uma das áreas mais perigosas da região, passando a ser chamado de “salvador branco”.
Mas toda essa situação acabou interferindo em sua relação com a família e para isso, teve que ter muito cuidado e paciência para conciliar as coisas.
O roteiro foi escrito por Jason Keller, baseado na autobiografia “Childers, Another Man’s War: The True Story of One Man’s Battle to Save Children in the Sudan (A guerra de Childers: a verdadeira história da batalha de um homem para salvar crianças no Sudão)”. A história é baseada em fatos reais.
Michelle Monaghan , Madeline Carroll , Michael Shannon , Kathy Baker  e Souleymane Sy Savane  completam o elenco.
Cenas e fotos reais de Childers e sua família na África são mostradas após o final do filme.

Venda de terras na África



Estrangeiros já compraram uma Alemanha na África

Por Daniela Chiaretti | De São Paulo
 22/09/2011 
Desde 2001, algo próximo a 221 milhões de hectares de terra foram vendidos, cedidos ou arrendados, a maior parte por investidores internacionais, em países em desenvolvimento. A maioria destas transações aconteceu na África. O comércio de terras no continente, nos últimos anos, já dá uma área maior que a da Alemanha. Os motivos do frenesi seriam três, segundo um relatório que está sendo divulgado pela ONG internacional Oxfam: segurança alimentar, biocombustíveis e especulação.
O fenômeno tende a ficar ainda mais forte em um mundo com população crescente e recursos limitados. A expectativa é que a economia global triplique até 2050, exigindo mais dos recursos naturais e da agricultura. A demanda maior por comida, somada às condições adversas provocadas pelas mudanças climáticas, escassez de água e competição com culturas que produzem biocombustíveis, criam um cenário pouco otimista. "É um problema muito novo, e os países não estão se dando conta da sua dimensão", diz Simon Ticehurst, chefe do escritório da Oxfam no Brasil.
"Acredita-se que as respostas virão do mercado e da tecnologia, que podem até ajudar, mas não vão resolver tudo", continua. "Há que se encontrar um equilíbrio entre estas forças e é fundamental que os países criem suas regras."
O relatório da Oxfam cita casos de apropriação de terras em Uganda, no Sudão do Sul, na Indonésia, em Honduras e na Guatemala. A questão fica ainda mais complicada porque, em muitos países, quem vive nas terras não têm título de propriedade. Em Uganda, segundo as pesquisas da Oxfam, mais de 22,5 mil pessoas teriam perdido suas casas e terras para uma empresa britânica de madeira, a New Forests Company, que nega ter expulsado as pessoas.
Segundo o estudo - intitulado "Land and Power" -, os contratos de compra e venda não costumam ser transparentes, o que dificulta a obtenção de dados exatos sobre a movimentação de terras. Informações checadas por várias fontes dão conta de mais de 1.100 negociações de terra (somando cerca de 67 milhões de hectares), nos últimos anos. "As mulheres e as populações mais carentes são muito vulneráveis a este fenômeno", diz Ticehurst. Violações de direitos humanos seriam frequentes. As comunidades locais não estariam sendo consultadas sobre os negócios e nem tratadas de forma justa.
'A lógica da produção de alimentos no mundo tem que mudar', defende Ticehurst. O caminho, acredita, passa pela agricultura familiar, sustentável e agroecológica. 'O modelo atual, baseado em grandes propriedades, monocultivos e uso intensivo de agrotóxicos está quebrado', diz ele."

Plus - Sugestão de vídeos sobre a África.


Título:    Kirongozi: um brasileiro na África

Direção: MAGALHÃES, Mônica Queiroz Ferreira de

País e data: Brasil , 2007

Resumo:

Documentário em vídeo sobre a vida de Jorge Alves de Lima. Nascido em uma família da elite paulistana, cresceu estudando em escolas tradicionais e freqüentando os clubes e casas da alta sociedade. No fim dos anos 40, aos 21 anos, ele partiu para a África, inicialmente para uma temporada de caça de alguns meses, e lá permaneceu por duas décadas.Tornou-se caçador profissional, sustentando-se com a venda do marfim dos elefantes que caçava. Após protagonizar o
documentário Kirongozi, Mestre Caçador, tornou-se conhecido e fundou uma série de companhias de safári, passando a acompanhar ricos clientes em suas caçadas. Sua vida aventureira acabou abruptamente, com um ataque a um de seus acampamentos em Angola pelo grupo guerrilheiro pró-independência UNITA. De volta ao Brasil, tornou-se fazendeiro, e na velhice tenta reproduzir em parte sua vida africana, criando leões e tigres em uma propriedade no interior de São Paulo. Resumo extraído do TCC.
Assunto: Caçadores; África; Século 20 - 
Década de 40; Século 20 - Década de 50; Animais

Título: Der Leone have sept cabeças

Título nacional: O leão de sete cabeças

Direção: ROCHA, Glauber, 1938-1981

País e data: Itália; França , 1970

Resumo:

Alegoria sobre a apocalíptica derrota do imperialismo pelo povo armado do Terceiro Mundo. O colonialismo é representado por um agente da C.I.A., um comerciante português e uma espécie de 
deusa loira (resumo traduzido do livro Le cinéma brésilien).  Uma revolução é sufocada de maneira sangrenta e os vermelhos decidem,com seus amigos, levar ao poder um representante da burguesia africana.
Para isso elegem presidente o Senhor Xobu. Mas um rebelde africano e um guerrilheiro latino-americano organizam uma nova revolução. 
Os brancos, provavelmente vencidos, são levados ao patíbulo, enquanto da selva saem simbólicas fileiras de negros que cantam"Oh África, Oh África" (Resumo extraído do site Tempo Glauber).

Assunto: África; Guerrilheiros


Título nacional: Jaguar

Direção: ROUCH, Jean, 1917-2004

País e data: França, 1967

Resumo:

Para registrar o fenômeno da migração de jovens do Níger para a Costa do Ouro (atual Gana), Jean Rouch acompanhou três desses migrantes por um ano, filmando sua jornada, sem som. 
Posteriormente, mostrou aos personagens o material filmado, pediu-lhes que comentassem o que estavam vendo e incorporou esses comentários à trilha sonora do filme. Durante a viagem,  os personagens vão encontrando pessoas e costumes diferentes dos seus, passam aldeias e cidades, encontram o mar e enfrentam as alfândegas. São documentados detalhes do cotidiano dos povos da região, rituais religiosos, formas de trabalho, danças e festas.
Assunto: Migração; Gana; Cultura - África; Costumes – África

Título nacional: A fuga de Tarzan

Direção: THORPE, Richard, 1896-1991

País e data: Estados Unidos, 1936

Resumo (spoilers):
Tarzan corre o risco de ser capturado por caçador inglês que quer exibi-lo na Europa como uma atração selvagem da África.
Assunto: África; Florestas


Título nacional: Eu, um negro

Direção: ROUCH, Jean, 1917-2004

País e data: França, 1959

Resumo (spoilers):

Os personagens da história são representações extraídas diretamente da realidade em que vivem os jovens que os interpretam;ou seja, estes representam a si mesmos, rompendo, desse modo,com a barreira que se estabelece entre ficção e realidade. Esses jovens são migrantes nigerianos que partem de suas pequenas comunidades, abandonando família e escola, para tentar prosperar na cidade de Abidjan, na Costa do Marfim, e, assim, adaptar-se e integrar-se aos valores da cultura ocidental. Dentro desse contexto se situa o cotidiano de dois rapazes: Edward G. Robinson e Eddie Constantine.
Ambos trabalham em subempregos na cidade, Robinson é carregador no porto e Constantine, vendedor de tapetes. Um contraponto à rotina de trabalho exaustiva e tediosa de Robinson é, segundo o próprio, a chegada do fim-de-semana, sobretudo sábado, único dia no qual se considera verdadeiramente feliz, quando se reúne com os amigos para ir à praia e sair à noite. No domingo, por sua vez, se junta a Constantine para ir a Goumbé, uma espécie de sociedade particular à qual pertencem,e onde se realizam danças, concursos e música. Na segunda-feira, tudo recomeça, com uma diferença: Eddie Constantine é preso e terá que passar três meses na prisão.

Assunto: Vida cotidiana; Jovens; Costa do Marfim (África); Século 20 -
 Década de 50.





domingo, 10 de junho de 2012

MAIS SUGESTÕES DE FILMES SOBRE A ÁFRICA
 
 

O JARDINEIRO FIEL

O JARDINEIRO FIEL (O JARDINEIRO FIEL)

África pede socorro! - Estima-se que daqui a 20 anos mais de 30% da população africana seja devastada pelo vírus HIV e tipos raros de tuberculose. E o que as grandes potências, digo, o G-8 Grupo das oito maiores potências do mundo fazem? Pouco, muito pouco!
Em uma palestra da ONU, onde Justin Quayle (Ralph Fiennes), um representante do alto escalão do governo britânico proferi uma palestra sobre ações pacíficas de seu governo, Justin, no término da palestra, é indagado por uma jovem pacifista, Tessa (Rachel Weisz), sobre o que ele tinha a dizer do apoio político e militar de seu governo a invasão do Iraque e também sobre os milhares de civis mortos.
Cria-se um mal estar na palestra, amigos de Tessa tentam fazê-la parar, em vão, ela descarrega um discurso pra lá de pacifista pra cima de Quayle. As pessoas se retiram do recinto, restando apenas réu e acusador. Os dois rumam para um café, ele compartilha das idéias da garota, iniciam uma sincera relação de amor.
Justin está de partida para a África, Tessa pede pra ir junto, partem rumo à outra realidade. Lá, Tessa logo faz amizades, engravida e começa a se envolver com questões delicadas: empresas farmacêuticas que atuam no continente usando africanos como cobaias de um novo remédio e que pode estar matando milhões de pessoas.
Logo de cara já sabemos que Tessa é assassinada. Justin começa a investigar os motivos do assassinato, inicia uma caminhada rumo ao inferno, já não há mais em quem confiar, tenta rastrear o parceiro de Tessa nas ações investigatórias e pacifistas. Arnold, médico e africano, que também é posto fora de circulação, nessa busca por respostas, Quayle passa a ser ameaçado de morte. 
O filme não tem uma linguagem linear, passado e presente se intercalam. O diretor Fernando Meirelles (Cidade de Deus) acertou em cheio quando optou por fazer as cenas nas favelas do Quênia, o tom realista com a excelente fotografia, nos deixa intrigado e incomodado. O excelente roteiro é uma adaptação do best seller de Jonh Lê Carré. 
E digo novamente, a África agoniza e pede ajuda!

Direção: Fernando MeirellesDistribuição: UIPGênero: DramaDuração: 129 min.


LUGAR NENHUM NA ÁFRICA

Em 1938, ainda não havia guerra, mas os sinais de que a Alemanha não era mais um lugar seguro para os judeus eram claros. Foi por isso que o advogado Walter Redlich (Merab Ninidze), em viagem à África, escreve para a mulher, Jettel (Juliane Köhler), pedindo que ela e a pequena Regina, a filha do casal, se mudem para o Quênia, onde podem começar vida nova como fazendeiros. Deve ser apenas por um breve tempo, até a derrota dos nazistas. 
Mas Hitler continua no poder e Jettel detesta cada minuto na África. Acostumada ao luxo e à riqueza, ela trata os locais como servos, faz coisas como pedir que homens carreguem água (tarefa exclusivamente feminina na cultura dos nativos) e não trata o marido com o carinho de quando ele era advogado em Breslau. Regina, no entanto, não está nem aí: faz amizade com as crianças africanas rapidamente, aprende o idioma local, está perfeitamente à vontade no novo ambiente. Só na adolescência ela saberá o quanto custa ser judia. Quando a guerra chegar e a família de Jettel, que ficou na Alemanha, for deportada, Walter terá certeza de que sua decisão foi a melhor. Mas ele sonha com um retorno à terra natal, enquanto o tempo vai acostumando Jettel ao novo continente. 
Representando a Alemanha no Oscar 2003, Lugar Nenhum na Áfricalevou a estatueta de filme estrangeiro (não é segredo que filmes com/sobre judeus são sempre bem vistos pela Academia) e ganhou vários prêmios em seu país. O longa é baseado na autobiografia da jornalista alemã Stefanie Zweig, que era criança quando se mudou para o Quênia - seguindo esta idéia, o filme é narrado por Regina.

Direção: Caroline LinkDistribuição: Califórnia FilmesGênero: Drama
Duração: 141 minutos 


UMA AVENTURA NA ÁFRICA

Na pequena aldeia de Kung Du, situada na África Oriental Alemã, Rose Sayer é uma mulher solteira que vive com o irmão, o missionário Rev. Samuel.  Nos serviços dominicais, enquanto ele prega a palavra de Deus para os nativos, ela toca órgão.
Certo dia, em mais uma de suas paradas de rotina, chega ao local o "African Queen", um pequeno
barco a vapor de pouco mais de 3 metros de comprimento, conduzido por seu proprietário, Charlie Allnut, um beberrão que faz transporte da correspondência e de suprimentos para a região.
Charlie comenta que uma guerra de grandes proporções eclodiu, envolvendo principalmente a Alemanha, a Inglaterra e a França e, por conseqüência, eles não se acham em segurança por estarem numa região dominada por alemães.
Pouco depois que o "African Queen" deixa a aldeia, um pelotão de soldados alemães chega ao local e ateia fogo nas cabanas dos nativos.  O missionário e sua irmã saem ilesos, mas o Rev. Samuel, abatido, não consegue viver por muito tempo.  Ele morre na manhã em que Charlie retorna à aldeia.  Ao tomar conhecimento do ocorrido, ele ajuda Rose a enterrar o irmão e, em seguida, a convida para fugir no "African Queen", enquanto ainda há tempo.  Sem alternativas, Rose embarca na pequena embarcação, numa aventura imprevisível.  Na opinião dela, o único meio para retornar à Inglaterra e ajudar no esforço de guerra, é enfrentar as traiçoeiras corredeiras dos rios Ulanga e Bora, a fim de alcançar o grande lago da África Central.  Charlie é contra essa idéia por considerá-la suicida, pois além dos alemães darem tudo para pôr as mãos em seu carregamento, que inclui explosivo plástico e cilindros de oxigênio e hidrogênio, eles estarão navegando em território inimigo e, pior que tudo, o grande lago está sendo patrulhado por um grande navio de guerra alemão, o "Louisa".  A insistência de Rose é tamanha que Charlie termina aderindo a seu plano.
Os dois iniciam a descida dos rios e, ajudando-se mutuamente, em pouco tempo forma-se um forte laço de confiança e amizade entre eles.  Depois de enfrentarem as primeiras corredeiras, deparam-se com o Forte Shona, ocupado pelos alemães.  Sob fogo cerrado, conseguem passar pelo Forte graças à forte correnteza e ao fato da posição do sol ofuscar a visão dos soldados inimigos. A seguir, enfrentam a pior de todas as corredeiras, mas a sorte continua com eles.  Ao atingirem as águas calmas do rio, eles se abraçam e se beijam de tanta alegria.  A admiração e a afeição que um passa a ter pelo outro evolui rapidamente para um sentimento mais profundo, que os leva à sua primeira noite juntos.  As dificuldades continuam até que, um dia, acordam nas águas do Grande Lago.  Ao olharem para o horizonte, avistam o "Louisa" vindo em sua direção.  No entanto, o barco alemão passa e não os vê.
Com o material explosivo que carregam, eles improvisam dois torpedos com a idéia de jogarem o "African Queen" contra o "Louisa", quando este retornar em sua patrulha, tendo o cuidado de saltarem na água antes da colisão.  Tudo preparado, aguardam o inimigo que volta após escurecer.  Decididos, partem em direção ao alvo alemão, mas uma forte tempestade os obriga a abandonarem o "African Queen".
Os dois são apanhados pelos alemães e, após serem submetidos a um julgamento sumário, como espiões, são condenados à morte por enforcamento, na manhã seguinte.  Na hora em que são levados para a forca, Charlie faz um último pedido ao comandante alemão: "que antes de serem enforcados, que ele os case".   Atendendo ao seu pedido, o comandante celebra a união deles, declarando-os marido e mulher.  Logo a seguir, ouve-se uma tremenda explosão, levando pânico a todos.  É que o "Louisa" havia colidido com os torpedos do "African Queen" que se achavam semi-submersos.
De uma hora para outra, os recém-casados se vêem nas águas do lago, enquanto o "Louisa" é envolto em chamas.

Direção: John Huston
Distribuição: Paramount
Gênero: Aventura
Duração: 105 min.